domingo, 20 de março de 2011

Viking encontrou compostos orgânicos em Marte

Ontem, foi publicado aqui no OVNI Hoje a notícia de que Titã, uma lua de Saturno, pode estar “fabricando” DNA em sua atmosfera.  Agora publicamos mais uma notícia intrigante, vinda do DiscoveryNews, sobre um fato que apoia ainda mais a possibilidade de vida fora da Terra.
Há mais de 3 décadas, após os cientistas concluírem que as missões Viking da NASA para Marte não encontraram evidência conclusiva de existência de compostos orgânicos naquele planeta, um novo estudo diz que não só há compostos orgânicos lá, mas que uma sonda Viking encontrou-os no final da década de 1970, passando despercebido pelos cientistas.



O novo estudo das descobertas do programa Viking foi iniciado depois que a sonda Phoenix em agosto de 2008, detectou que havia perclorato no solo marciano.  Percloratos são sais que têm a capacidade de aumentar o oxigênio, e tendem a causar a combustão de materiais orgânicos.
Na época, a equipe do projeto Viking não tinha razão para pensar que o solo de Marte era rico em perclorato, assim o pequeno traço do químico que encontram no experimento foi ignorado como um contaminante da Terra.  O novo estudo confirma que haviam restos de compostos orgânicos, que seriam as “impressões digitais” deixadas de seu contato com os percloratos no solo.
Para recriar o experimento, os pesquisadores usaram um solo enriquecido com perclorato, proveniente do Deserto do Atacama, no Chile, uma região considerada uma das mais parecidas com o planeta Marte aqui na Terra.  Após o experimento, os mesmos traços de orgânicos ficaram no solo, idêntico ao que foi encontrado com o experimento do Viking, sugerindo que os solo marciano também contem elementos orgânicos.
Porém, os pesquisadores alertam que a existência de material orgânico não quer dizer necessariamente que haja vida em Marte.

A falha da sonda Viking em encontrar compostos orgânicos foi a razão principal do cancelamento do envio de outras missões para Marte, a fim de procurar por estes compostos. Isso causou um atraso de décadas para os pesquisadores.  Felizmente, a procura por compostos orgânicos em Marte não foi completamente abandonada. O Laboratório de Ciência de Marte será lançado em novembro deste ano e seus instrumentos irão dar continuidade ao estudo da química daquele planeta, inclusive dos compostos orgânicos.
Esta nova pesquisa foi publicada no Journal of Geophysical Research, do mês passado.

Parece que estas notícias que dão indicação da possibilidade de vida fora da Terra são cada vez mais frequentes, propositalmente ou não.  Será que aqueles que têm a informação estão “climatizando” a população para o Grande Dia?

Fica aqui a pergunta no ar...

Fonte: http://ovnihoje.com/2011/01/experimento-confirma-viking-encontrou-compostos-organicos-em-marte/
Data: Janeiro de 2011

Luís Cruz

sábado, 5 de março de 2011

Catálise enzimática produz biodiesel mais verde

(notícia brasileira)
Uma das plataformas de pesquisa previstas no PNA (Plano Nacional de Agroenergia) é a plataforma do biodiesel. Tendo em vista que cerca de 50% da matriz de combustíveis veiculares nacional é composta por diesel, o biodiesel aparece nesse cenário como um combustível promissor, já que suas propriedades físicas e químicas são similares ao diesel convencional, permitindo o seu uso em misturas com o diesel em qualquer motor a diesel sem a necessidade de modificações no sistema de ignição ou no injetor de combustível.

No Brasil já existem dezenas de indústrias desse biocombustível em operação. A produção do biodiesel é principalmente realizada a partir da reação entre um óleo vegetal e um álcool. Para tornar isto possível, um catalisador é adicionado a fim de aumentar a velocidade da reação. Nos processos industriais utiliza-se um catalisador alcalino (hidróxido de sódio ou de potássio). No processo, além do biodiesel, é também formado o co-produto glicerol, que pode ser recuperado e tem amplas aplicações nas indústrias farmacêutica, alimentícia, cosmética e de plásticos.

A produção do biodiesel por catálise alcalina, entretanto, possui diversos problemas: o consumo de energia no processo é alto, a recuperação do glicerol produzido na reação é difícil e o catalisador alcalino solúvel precisa ser removido do produto. A necessidade de tratamento do efluente alcalino gerado e o alto consumo de água durante a lavagem nas etapas de purificação do biodiesel fazem com que o processo alcalino tenha um impacto significativo no meio ambiente. Além disso, se o óleo contiver pequenas quantidades de ácidos graxos livres há a formação de sabões, o que leva a uma redução no rendimento da reação, além de dificultar o processo de purificação.

Tendo em vista esses problemas, uma alternativa que vem sendo estudada é a utilização de enzimas como catalisadores para a produção de biodiesel. Enzimas são catalisadores biológicos (biocatalisadores) que podem ser produzidos por microrganismos e são biodegradáveis. A produção de biodiesel por via enzimática tem potencial para superar os problemas da catálise alcalina. Além de as enzimas serem biodegradáveis, não há a formação de sabões no processo, o glicerol pode ser facilmente recuperado sem tratamento complexo, o consumo de energia no processo é menor (a temperatura de reação é mais baixa), há uma drástica redução na quantidade de efluentes e, além disso, as enzimas podem ser recuperadas e reutilizadas.

A produção do biodiesel em escala industrial utilizando enzimas, no entanto, não tem sido adotada principalmente devido ao alto custo dos biocatalisadores. Por este motivo, encontrar processos que reduzam o custo do processo enzimático torna-se essencial. Uma das possibilidades é a reutilização do biocatalisador, o que pode ser possível através da fixação das enzimas em suportes sólidos. Outra alternativa seria utilizar resíduos agro-industriais para o cultivo de microrganismos para a produção de lipases. A aplicação destes resíduos fornece substratos alternativos de baixo custo e é economicamente interessante para países que são grandes produtores agrícolas, como o Brasil.
Assim, os estudos que vêm sendo realizados com o intuito de viabilizar a produção do biodiesel utilizando enzimas como catalisadores são promissores e podem levar à produção de um biodiesel ainda mais "verde".


Postado por Bárbara Leal