Cientistas mostram, através de simulações computarizadas, que a divisão do Mar Vermelho por Moisés, conforme está descrita no livro do Êxodo, pode ter sido consequência de um fenómeno atmosférico.

Segundo este estudo, que teve em conta a passagem do livro do Êxodo, ventos fortes e constantes oferecem uma explicação física para a divisão das águas por um período de tempo.
Carl Drews, do Departamento das Ciências Atmosféricas e Oceânicas da Universidade do Colorado, é o responsável por este estudo.
Estudo teve em conta o livro do Êxodo
Na passagem bíblica pode-se ler que "Moisés estendeu a sua mão sobre as águas, e o Senhor fez com que o mar recuasse com um vento forte de oriente que soprou toda a noite, e o mar tornou-se seco, e as águas foram divididas".
As simulações da equipa de Drews mostra que um vento forte do este, a uma velocidade constante de 63 milhas por hora (cerca de 101 km/h) durante 12 horas, terá afastado as águas para um antigo rio, que se pensa fazer parte de uma lagoa ao longo do Mediterrâneo, e aberto uma passagem terrestre.

Um evento destes ocorreu em 1882, quando um general do exército britânico descreveu um vento forte que afastou a água do Lago Menzaleh, do lado oeste do Canal do Suez.
Caminharam sob os fortes ventos
Com as águas afastadas, a passagem aberta, com uma extensão de três ou quatro quilómetros e outros cinco de largura, permitiria que um grupo de pessoas atravessasse através do terreno enlameado até à outra margem. Quando os ventos parassem de soprar, as águas rapidamente voltariam ao seu estado normal.
Isto implica que Moisés e o grupo de seguidores hebreus terão de ter atravessado esta passagem enquanto enfrentavam um vento que soprava a 101km/h.
As simulações realizadas são baseadas em várias zonas, com vários níveis de profundidade do rio Nilo, que sofreram alterações ao longo dos anos.
Fenómeno maior que as forças da natureza
Ken Ham é o diretor do Museu da Criação, um museu que apresenta a origem do Universo, de formas de vida e a história primária da humanidade segundo uma interpretação literal do livro do Génesis, e, de forma nada surpreendente, diz que não precisa de nenhuma explicação científica para o sucedido.
"A separação do Mar Vermelho é um milagre" explicou num email. "É um ato extraordinário de Deus. No entanto, Deus usou a força da natureza - o vento - para realizar este milagre. Mas não é preciso darem explicações naturais a fenómenos sobrenaturais".
Veja o vídeo em que os cientistas simulam o fenómeno atmosférico (carreguem no link ).
Química é uma ciência e como tal, está a contribuir para a descodificação dos vários mistérios da vida. Será possível que a religião consiga conviver com a ciência, tendo em conta que milagres como este começam a ser justificados por razões científicas?
BOM TRABALHO
Pedro Marques